terça-feira, 29 de maio de 2012

Aprender a aprender: habilidade que não é ensinada nas escolas O cérebro apresenta baixíssima tolerância à ausência de motivação. Aprender é um exercício que depende muito da aula, da forma que o professor está direcionando o conteúdo em sala. Sabe-se que, cientificamente, o cérebro, para processar informações, precisa de estímulos que sejam capazes de estabelecer relações com conteúdos prévios sobre o assunto que está sendo proposto em sala. Dessa forma, o raciocino gera dúvidas que favorecem o interesse pelo conhecimento, e o cérebro, que tem a capacidade de mudar, de criar novas conexões, reformula ideias de modo significativo. Anos atrás estas questões não eram abordadas pela escola. Hoje é necessário que o profissional da educação saiba como o cérebro funciona para compreender o processo de ensino e aprendizagem. Preocupo-me muito com a falta de tempo que o professor tem para elaborar planos de aulas que considerem instrumentos eficazes da aprendizagem. Primeiramente, quero dizer que o cérebro é muito rigoroso, ele busca o tempo todo coerência. Para o professor, utilizar música, humor, técnicas para decoração de fórmulas funcionam como recurso motivador para memória. Não tenho dúvida de que estes recursos são eficientes: as informações podem ser guardadas por longos anos. Porém, o cérebro não processou as informações, cada uma delas foi colocada em uma “pasta”, como se arruma um armário de documentos com diversos arquivos. O que eu quero dizer é que as técnicas citadas anteriormente não contribuem para o desenvolvimento pleno e intelectual do ser humano. Com certeza, ao pensar sobre determinado assunto, a mente se expõe da forma que foi estimulada, ou seja, não processará coerência nas discussões escritas ou faladas. Dessa forma, é imprescindível que as aulas obedeçam a uma sequência didática, para que as situações de aprendizagem sejam vivenciadas nas diversas possibilidades de exercícios que inquietem o aprendiz e o leve a realizar leituras, desenvolver ideias, utilizar laboratórios, etc. Para tanto, é necessário estar presente a interdisciplinaridade e também considerar que o erro é ponto relevante para experimentar novas situações de aprendizagem. Ainda existem muitas escolas com currículos cheios de matérias que vão sendo lançadas para que os alunos “pesquem” uma coisa ou outra. Na prática, devido à estrutura do sistema, basta que o aluno aprenda de forma apressada toda aquela série bizarra de coisas aparentemente inúteis para cuspi-las de volta na hora da prova. O que ainda me convence de que a educação está mudando é o fato de trabalhar com professores, na Escola Estadual Tristão de Barros, que se preocupam com a forma de ensinar e com a maneira que o aluno aprende.

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